24.9.05

Infinito




NudeCouple_AndreWatton.jpg


Misturamos corpo e alma
numa dança interminável.
Loucos
retemos o momento
a explosão dos sentidos.

Nada nos prende,
apenas o desejo
é sinónimo do amor...
E a luz crua do candeeiro da rua
entra pela janela
brilha em cada gota de suor
ilumina a pele nua

Nos olhos apenas o infinito!

Acrílico de Andre Watton

(original em 05.07.2005 - Pandora's Box)

Música para uma recordação...

Agarramo-nos a uma recordação, desesperadamente, durante muito tempo. Investimos, insistimos, queremos recuperar o que sabemos estar perdido, fechamos os olhos a toda a realidade... e não vale a pena...
Apenas porque somos já outra coisa, as feridas mal cicatrizadas tornaram-nos irreconhecíveis e o que amámos não existe mais!
Mas o som do que foi permanece...

(original em 20.06.2005 - Pandora's Box)

Update - A música continua no meu lado esquerdo!
É verdade que o que foi não existe mais... ferido de morte pela vida és hoje uma sombra do que foste.
Mas continuo ao teu lado. Nada me poderá afastar de ti enquanto acreditar que ainda precisas de mim, enquanto acreditar que no fundo de ti ainda está, mesmo que adormecido, o teu ser essencial.
Sei que chegará o dia em que, acordado do pesadelo, quererás apenas esquecer. Talvez me incluas nos arquivos a apagar... ou talvez não. Apenas o tempo tem a resposta!

Barco

Apetece-me o mar

a imensidão, a frescura do azul

Um golfinho

seguir-te-ia até ao sul

Mas a verdade

é que sou apenas um barco

ancorado

neste cais que não conheço.

Só posso esperar...


(original em 06.06.2005 - Pandora's Box)

No meu peito

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Imagem de auria

Deitas-te na curva serena do meu peito
e em todos os teus gestos controlados
adivinho o desejo incontrolável...


não há nada que nos roube um do outro
Sente

Descansa no meu peito a tua urgência
(original em 31.05.2005 - Pandora's Box)

15.9.05

Estranho


Manhadeadeus.jpg


Podia estar contigo, mas não me apeteceu a solidão junto de ti...

(original em 24.05.2005 - Pandora's Box)



Imunidade

mulher4.jpg

Atravessas a minha solidão
como o vôo de uma gaivota
belo e inacessível

Sigo os teus passos
ainda te vejo por entre a luz cega...
cruzo os braços
e permaneço imune ao teu bater de asas.

Já não sei quem és!


(original em 09.05.2005 - Pandora's Box)

Painted on my heart

heart.jpg
...
I guess it's just no use
In every part of me
Is still a part of you...
The Cult

(Pandora's Box - 05.05.2005)

14.9.05

Yang

homem2.jpg

és tu
não sei porquê
mas se a alguém amo é a ti...

e a ti abro alma e coração
a ti que guardas o que na verdade sou
a ti que ainda assim me amas

e só tu entendes
o meu yang predador
o prazer da caça sem mais que instinto

e a ti cedo e me entrego
e em ti entro e de ti sou presa
e preso no teu abraço mais que perfeito

porque se sou navio
tu és leme
e é no teu ventre que lavro todas as angústias
e é no teu seio que mato esta fome sem nome
e no teu corpo mar de ondas e espumas
sou náufrago resgatado pelo teu gemido de sereia

és tu...
porque se sou pássaro
tu és asa

26.04.2005

(Este poema foi escrito em resposta a um desafio colocado pelo nikonman - as mulheres escreviam como homens e os homens como mulheres :)

Peguei então numa frase que me tinhas dito e escrevi como se fosses tu... uma veleidade pensar que te conheço bem, mas espero não ter andado muito longe do que sentes!)



12.9.05


desejo.jpg

Abril apenas começou...

Porquê a onda
esta enchente de sol?

Língua pele espuma e sal
morde-me!

podia sangrar agora
e saciar-te a fome...

rio da tua súbita entrega
apenas te engulo de uma vez só
ritual de poder transmutação
e gostas!

Sou eu o sexo forte...

(Original em 10.04.2005 - Pandora's Box)


Nó Cego


deusa2.jpg

Sou a bruxa misteriosa,
a mulher que se dá inteira
sem segredos.

Lançarei meu feitiço
de desejo
e fogo.


Talvez te morda,
ou talvez, sem pressas,
possa curar-te as feridas.
Talvez possa perdoar-te
o nó cego com que me apertaste o coração.
Ou talvez não!

Talvez te ame
talvez sobre ti
construa o meu mundo
de infinito e loucura.

Talvez te ate
para sempre
num nó cego de ternura!
São Alves aka pandora, 2002
(Publicado em 09.04.2005 - Pandora's Box)

8.9.05

No Dia Mundial da Poesia


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Queria escrever o poema que fomos... porque vieste como se fizesses parte de um plano há muito desenhado na poeira de estrelas dum universo mais que perfeito...

Vieste e foste música escrita na extraordinária leveza das horas que não nos tocaram, aprendida de memória… eram os teus dedos que a cantavam na minha pele, devagar, inspirados pelo brilho lunar dos teus olhos nos meus olhos, pela suavidade floral da tua boca na minha boca…

Vieste e foste tatuagem a ferro e fogo gravada no músculo de um lado esquerdo que queríamos adormecido…

Porquê ignorar o plano, calar a música, arrancar a tatuagem?
Porquê reescrever as palavras que inventámos para nós se em nenhum livro encontro a pura poesia que nos elevou...?
(original em 21.03.2005 - Pandora's Box)

Adeus?




Queria entender porque não consigo dizer-te adeus, simplesmente adeus, até sempre, até que a vida nos volte a juntar... até logo, até um destes dias!
À minha frente o horizonte estende-se em quilómetros de preto e branco. Até quando?

PS: Trabalho de casa - escrever 100 vezes algumas palavras difíceis como nada, nunca, não, e adeus... claro!

(original em 02.03.2005 - Pandora's Box)